Investimentos - Avalie os riscos além dos ganhos

Nada é somente positivo! A Internet nos deu a possibilidade de acessar conhecimentos que antes demoravam muito para chegar, ou nem chegariam, nos permitindo acesso a informações em tempo real. Mas será que você está utilizando esses dados da forma mais adequada, por exemplo para tomar suas decisões financeiras, como nos seus investimentos?

Minha primeira recomendação, mesmo que esta não seja sua ocupação principal, é que você busque um mínimo de conhecimento sobre dinheiro (use a Internet em boas fontes); educação financeira básica, e um pouco do avançado, se possível. Há um ditado que já ouvi algumas vezes, que diz que todo dia um esperto e um bobo se encontram no centro da cidade para fazer negócio. Verdade ou mentira, é bom que você tenha um mínimo de preparo para avaliar as opções disponíveis.

Vou deixar aqui minha contribuição, com alguns insights sobre o tema lhe ajudar. Primeiramente, vamos citar alguns termos: custo de oportunidade, risco, alavancagem, percentual de ganho e tempo. Acho que por ora já nos ajudarão a criar uma linha interessante de raciocínio.

O primeiro, e talvez o único que termo desses, que a maioria das pessoas considera, é o percentual de ganho. Ele representa a parte boa de um investimento, onde nós iremos aumentar o nosso suado dinheiro, com desejo de ficarmos milionários do dia para a noite. Este talvez seja o maior erro, porque esquecemos do outro fator crucial para uma boa escolha de investimento: o tempo.

Em geral, os investimentos nos dão retorno com alguma variação relacionada a juros compostos. Se você analisar o que significa, entenderá que esse rendimento acontece de forma progressiva, influenciado basicamente por dois fatores: uma entrada, seja constante ou variável, e o tempo. Quanto maior a entrada, ao longo do tempo maior será a multiplicação. Sim, eu sei que existe o tamanho do fator de multiplicação dos juros (aqui eu quero que você pense no risco).

O que é alavancagem? Basicamente, e de forma simplista, é ganhar com algo que não é seu. Sem filtros, você investiria usando um empréstimo, seja de banco, corretora, agiota ou de algum conhecido. Recomendo, sobretudo se não tem conhecimento, que fuja dessa parte, caminhando lentamente sem alavancas, com capital 100% próprio. Porque? Porque isso diminui o risco.

Vamos ao risco, que é a parte negativa (ou positiva) dos investimentos. Entenda, de forma clara, que não existe almoço grátis. Tudo o que tem risco alto de ganho (lembra dos juros?), tem risco alto de perda (pode estar escondido ou não lhe contaram). E muitas vezes o risco de perda está oculto na alvancagem, então cuidado com as promessas de ganhos altos no mesmo dia.

Para fechar o ciclo e lhe deixar os meus palpites do que vai lhe render a independência financeira, quero lhe falar sobre um termo que aprendi na faculdade e que me acompanha desde então: "custo de oportunidade".

Toda vez que você colocar o seu dinheiro em alguma coisa, este mesmo dinheiro não vai poder ser alocado para outra. Assim sendo, quando você assume uma escolha, você aceita não ganhar do outro lado. Esse "não ganho", vira um custo do que você escolhe deixar de ganhar, para seguir o outro caminho. Em resumo é isso.

Pense que vivemos em um sistema capitalista, então por mais desprendido que você seja, precisará lidar com dinheiro para comer, morar, vestir e todas as outras coisas materiais. Aceite isso logo e faça as pazes com a educação financeira e com o dinheiro.

Depois disso tudo o que disse, deixo aqui minhas recomendações de investimento.

1) Saiba o quanto você tem para investir (dinheiro de pagar as contas não é dinheiro de investimento) e quanto poderá acrescentar ao longo do tempo;

2) Tenha de forma clara quanto tempo pode dispor desse dinheiro, ou seja, o tempo que poderá não precisar dele;

3) Avalie o risco de perdas e saiba exatamente qual será o preço do ingresso para entrar na opção que vai escolher;

4) Diversifique, porque se colocar todos os ovos na mesma cesta e ela cair, tudo se quebra;

5) Avalie o quanto vai ganhar e perder em cada opção de investimento, para poder avaliar o custo de oportunidade e ter a melhor escolha (assim como balancear bem os riscos e ganhos e montar sua carteira);

6) Talvez mais ou menos nesse ponto, coloque um pouco de foco no percentual de ganho, considerando já ter ciência dos riscos, opções, tempo, etc;

7) Se possível, não use alavancagem. Se for usar, avalie o risco;

8) Planeje, tome decisões, avalie com regularidade e tome decisões de correção;

9) Saiba o objetivo do investimento: como exemplo, investir em ações é excelente para alguns propósitos, mas terrível para outros (também é verdade se trocarmos ações por poupança, futuros, bitcoin ou qualquer outro investimento).

Não existe mágica que faz o dinheiro multiplicar do nada; tome cuidado com o ouro de tolo. Não existe um investimento melhor do que todos, mas, dentre todas as opções disponíveis, existem opções que vão ser mais adequadas ao seu momento, realidade e objetivos.

Tome suas decisões com o máximo de informações possíveis, e lhe garanto que você vai errar menos, porque errar é inevitável, mas pelo menos não vai te machucar tanto, e, ao longo do tempo, lhe trará bons resultados.

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