Elimine as dívidas
Se existe uma dica que posso lhe dar nesse momento, e que com certeza você já deve ter até ouvido diversas vezes, é que corte todas as suas dívidas, o mais urgente possível. Esse é, provavelmente, o pontapé inicial mais comum entre as orientações para se organizar a vida financeira, e posso lhe dizer pela prática, que a prática não é tão simples. Isso pode até ser comprovado em uma pesquisa rápida no Google pela expressão "endividamento brasileiro": a primeira resposta, neste momento, é de um índice de mais de 77% de endividamento na população brasileira.
Esse número pode estar errado, pode estar exagerado, ou talvez não. Neste momento não é tão importante o dado numericamente correto, mas os efeitos do endividamento, e alguns motivos pelos quais ele acontece.
Antes de entrar nos detalhes, quero compartilhar uma conclusão a que cheguei há vários anos, quando tive minha primeira empresa e era um dos responsáveis pelo financeiro: ao pagar as contas em atraso, tínhamos o prejuízo do encargos, mas o maior prejuízo estava relacionado ao tempo perdido para poder colocar as coisas em dia. Guarde essa dica, porque vai nos servir mais à frente.
Se você não tem dívidas, meus parabéns! Se quiser continuar lendo, talvez sirva de base para orientar alguém. Agora, se está na estatística dos endividados, saiba que, embora trabalhoso, é possível, em uma jornada mais curta ou mais longa, sair dessa situação desagradável.
Primeiro ponto importante é entender sua situação financeira, e tenho algumas boas dias em textos passados e também uma playlist inteira sobre o tema no canal Kanso Tech, no YouTube (não, não vou lhe vender nenhum curso). Saber quanto se tem de receita entrando e despesas saindo, ajuda muito, mas é só o começo.
Procure levantar quais são as suas dívidas, se estão atrasadas, a parcela que ocupam na sua receita mensal e, com paciência, determinação e compromisso consigo mesmo, vá quitando primeiro as mais caras (juros mais pesados), até não ter mais nenhuma em atraso, e chegar no gran finalle onde não há mais dívidas.
Dica: se suas dívidas estiverem em atraso, tente negociar para pagar somente o principal da dívida, dentro das suas possibilidades, sem os juros e multa. Assim como você quer pagar, o credor quer receber, e talvez esteja disposto a receber um pouco, ao invés de não receber coisa alguma.
Não preciso dizer.... Bom, preciso sim. É importante não fazer novas dívidas enquanto isso e, sim, cartão de crédito é dívida e não, ele não é receita, nem disponibilidade de dinheiro. A razão porque muita gente se individa é porque não compramos de forma racional, deixando-nos levar pela emoção, marketing agressivo e satisfação imediata. Claro, há casos em que a saúde e outros pontos importantes nos levam para o vermelho; esses devem ser tratados à parte.
Assim como um comentário que ouvi do Barsi, dias atrás, em um podcast, é preciso que você coloque um objetivo e seja fiel a ele. Neste caso, seu objetivo vai ser sair das dívidas, então, quando pintar aquela vontade de consumir, se questione se o gasto realmente é necessário, ou se pode esperar. Quem nunca comprou algo que não precisava, que nos atire a primeira pedra.
Entenda, como a conclusão a que eu cheguei anos atrás, que ficar devendo toma seu bem mais precioso: seu tempo. Não é só o tempo nas filas, negociando com credores, às vezes tendo que pagar contas presencialmente, mas também o impacto na sua produtividade, porque sua cabeça fica ocupada com a carga negativa das dívidas.
E saiba, já lhe antecipando, que se você tem dívidas, pode ser que você somente esteja gastando errado, mas pode ser que isso seja um indicativo de que você precisa aumentar suas receitas. Se esse for o caso, você vai precisar muito da sua cabeça tranquila e do seu tempo, seja para estudar para um concurso, desenvolver um plano de negócios para um negócio próprio, tirar um diploma ou certificação à mais, para melhorar sua empregabilidade ou salário, e por aí vai.
Educação financeira; se você nunca ouviu essas duas palavras, sugiro que pesquise um pouco. Sugiro também que ignore algumas opiniões de gente que fala que quem não tem dinheiro não precisa de educação financeira. São absurdos como este que nos mantém no cabresto daqueles que nos querem assim.
Eliminar as dívidas é apenas um passo, que pode ser demorado e cansativo, mas que com certeza vai lhe dar um fôlego absurdo para colocar projetos em prática, que hoje podem parecer sonhos, mas que podem ser a chave para alcançar a sua independência financeira.
Para fechar, e reforçar essa importância, quero que some tudo o que gasta pagando dívidas todo mês (inclusive cartão de crédito e cheque especial (incluindo os juros)) e, de posse desse valor, imagine tudo o que poderia comprar com ele. Acho que pode se surpreender!
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