Mentalidade de escassez versus mentalidade de abundância

 Sua meta não pode ser apenas economizar. Já comentei em textos anteriores sobre a importância de se aumentar a receita, e vou reforçar esse ponto, em cima de uma das recomendações mais comuns sobre educação financeira, que é a de que você deve gastar abaixo do que ganha e, como primeira medida para sanear as contas, deve reduzí-las.

Eu diria que esse pensamento anda meio de mãos dadas com a recomendação de "fuja do risco", e vou explicar o porquê ele alimenta uma mentalidade de escassez, que vai lhe impedir de atingir a independência financeira. Um ponto importante sobre o crescimento, inclusive o financeiro, é que ele vem através do autoconhecimento e autodesenvolvimento, que nos dá as ferramentas necessárias para conseguir enxergar que os nossos sonhos podem ser realizados.

O que acontece quando você internaliza a idéia de que o único caminho para o crescimento é não gastar? Você aceita o fato, que você mesmo criou (ou que aprendeu no processo educacional da sociedade), de que as suas receitas não podem ser maiores. Isso limita o seu crescimento, porque você nunca vai conseguir reduzir as despesas 100%, porque vai precisar gastar para se manter, porém, não conseguirá aumentá-las, se acreditar que não terá receitas para permitir isso.

Em uma situação de dívidas, reduzir gastos é sim uma ação necessária e inteligente, mas no limite em que não afete suas possibilidades de ganho. É nesse ponto que eu fiz questão de mencionar a palavra risco. Um risco zero, apresenta uma possibilidade de ganho zero, ou bem pequena, ao mesmo tempo em que um risco de 100%, poderá representar a ruína, em uma decisão equivocada que traga um evento negativo. O ideal, pois, para gerenciar o seu financeiro, é assumir um risco maior, com algumas garantias mais estáveis, de forma a otimizar seus ganhos, porém mantendo a saúde financeira, seja sua ou dos seus negócios.

Sobre a mentalidade, precisamos trabalhar uma que seja de abundância, e aqui é onde reside a maior das confusões. Quando se fala em riqueza, boa parte das pessoas pensa nos carros de luxo, nas mansões, viagens e demais bens materiais. Boa parte não entende, como comentei em textos anteriores, que ser rico é não precisar trabalhar, independente do seu volume de gastos. E porque entender isso é importante? Porque, aceitando essa idéia, você vai começar a dar valor no pouco.

Pode ser que 10 reais, 50 reais, 100 reais à mais no seu orçamento, dependendo do valor dele, não represente muita coisa hoje. Mas o detalhe da riqueza, é que um milhão nada mais é do que um somatório de uns. Se você não somar 1, 10, 100, você não chega no milhão, bilhão, trilhão. Um jeito inteligente e motivador de se pensar, é considerar qualquer renda extra como um percentual, e não no valor monetário.

Pense, por exemplo, se você tem uma receita mensal de R$2.000,00. Se você ganha R$20,00 à mais, pode parecer pouco, mas quanto isso representa em percentual? Se eu não errei nas contas, estamos falando de 1%. Considerando a taxa Selic a 9,25% aa no momento desse texto, 1% à mais de receita por mês, não é para se jogar fora. Outro ponto valioso, na linha do pensamento de abundância e de somatório ao longo do tempo, é que os R$20,00 de hoje, podem ser o começo do seu império.

Pesquise sobre grandes corporações e grandes fortunas, e verá que, em praticamente todos os casos, o começo foi pequeno, quando não foi para trás, houve necessidade de se adquirir conhecimento, fazer o nome, e, de repente "do dia para a noite", a fortuna veio de forma "repentina".

Para não alongar demais, mude a mentalidade de escassez, para a de abundância. Controle seus gastos, mas pense onde pode criar novas receitas, assumindo o risco de sair da zona de conforto mas, no início, ciente de que o retorno financeiro poderá ser pequeno, ou nulo. O importante é dar os primeiros passos.

De modo geral, você vai encontrar opções mais próximas com algo que você goste de fazer, ou matérias correlatas à sua área profissional, porém o mercado é amplo. O segredo é pensar em algo que vá de encontro a uma necessidade do mercado, porque resolvendo problemas para os outros, que eles estão dispostos a pagar para alguém resolver, vai te dar a opção de fazer algo e ser pago por isso.



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